quarta-feira, 30 de junho de 2010

para

Para tudo que foi dito antes do tempo. Para a sua hipocrisia: hey, gosto tanto de você, sinto uma saudade boa de te ver. Especialmente por saber o óbvio pelos outros. Para tudo que eu queria que você tivesse dito pra mim: a gente pode, vamos, what if. Para o dia em que te vi deixando no meu copo uma lágrima que nunca saía, mas que eu conseguia ver, redondinha e brilhante. Para o seu sono infinito e deprimente. Pelo meu ódio contido. Para o meu nojo das suas músicas preferidas. Por tudo que eu não te disse. Para minha vontade de te bater. Para o seu corpo sem músculos. Para o meu corpo. Para as noites de frio em Brasília. Para uma distância qualquer. Para o meu amor infinito mas sem sentido. Para minha adolescência indefectível depois de um copo de vodka. Para você, que foi menos que meio, que foi menos que quase, que foi um sinal de reticências. Eu digo "quando", troco de roupa, olho o relógio, saio sem dizer as horas.

Um comentário:

Rita Loiola disse...

les histoires d'amour finissent mal... en général...