domingo, 16 de agosto de 2009

amor é se sentir em casa

depois de vários e vários escândalos internos, nos quais o meu cérebro tentou convencer meu coração que se ele continuasse naquele drama todo ele ia acabar me matando; de decepções amorosas cultivadas cuidadosamente em formol para resguardarem seu cheiro e gostinho originais; depois de uma crise de nervos associada à morte do meu cachorro surdo, ou, em outras palavras, à constatação de que eu estava realmente sozinha nessa cidade calorenta; depois de vários casos de amor temporários variando entre 3 encontros e 2 anos; depois de frequentar todas as festas de rockn'roll da cidade e sair achando que a música é melhor do que a vida; depois de passar um ano sem ter disposição para pegar meu diploma de mestrado impresso há um ano na UnB

- eu fui pra Paris. Voltando, varri o chão da casa, passei álcool nos móveis, fui estudar psicanálise, e não sobrou ninguém aqui dentro. Só uma sensação boa de liberdade, e a janela do quarto aberta deixa o vento entrar. 40 livros novos. Menos nomes na agenda telefônica, vamos jogar outro jogo, babe, our time is over. Now they know, now I know. Só fica quem me oferece um lugar na casinha; amor é se sentir em casa, acho.