sábado, 2 de junho de 2007

sobre sábados de sol e telefones

O telefone laranja tocando. Nestor não ouve e não late; eu atendo enquanto ele dorme. Aí tem notícias que poderiam ser boas num sábado à tarde com sol e vontade de regar as plantas e organizar os livros e ver o desenho da Chihiro. Toca o telefone e eu espero que o sábado de sol seja tão grande com essas coisas bestas de sábados depois do almoço um banho gostoso vamos levar o cachorro pra passear e isso é bom comer uma salada com macarrão ler o jornal na sala dormir esquecer a hora e acordar lá pelas seis trabalhar um pouquinho, quem sabe, conversar dormir. Mas tirar o telefone do gancho, ouvir e falar enquanto Nestor dorme, e minha vontade então é de deitar ficar na cama, só que eu levanto da cadeira, faço compras sozinha, encontro um dvd barato nas Americanas esbarro numa amiga querida que procura berço pro neném como um brigadeiro num café qualquer uma coca light passo em outro mercado compro água mineral, chego em casa e arrumo tudo. Nestor não quer comer, então dou comida pra ele na mão (ele está muito magro). Já são dez, começa a esfriar, vou tomar banho e escrever no computador alguma coisa até mais tarde.
Faz frio. Tem um vinho e taças novas brancas na cozinha. Faz frio porque é inverno. Sábados de sol, uma música qualquer tocando enquanto o Nestor dorme de novo, e o telefone está desligado, porque telefones alaranjados devem ficar desligados nos sábados para evitar corações partidos.

p.s.: Berlin, do Lou Reed

2 comentários:

Rita Loiola disse...

Xiii.... E me deu vontade de ter um telefone laranja

a menos que você pare para pensar nisso disse...

É, esse telefone laranja é meio tentador...
Mari, coloquei um link do seu blog no meu...
Doces textos. Tô adorando...parecem a sua voz.
Bjs