domingo, 14 de março de 2010

30 - loja de aquários e sentido da vida

Então antes de ontem eu vi essa loja de aquários enquanto sentava sozinha pra pedir um temaki.
E tinha um aquário marinho enorme que dava pro lado de fora, e que eu conseguia ver enquanto comia um sunomono e tomava uma ordinária coca-light.
Eram oito horas da noite, eu terminei o temaki e entrei pra ver os peixes. Tinha muita criança, também, e a loja era linda, pequena, e o vendedor de trinta e cinco anos me mostrou que num dos aquários, se você abaixasse bem a cabeça, dava pra ver as bolhinhas saindo do tapete de plantas, e que isso era ver a fotossíntese.
Vi um peixe amarelo e roxo enorme e virtuoso, e vários aquários pequeninos e lindos com um peixe beta sozinho em cada, e aí eu perguntei pro mocinho se não era terrível que esses peixes tivessem um aquário inteiro só pra eles, vivessem solitos.
Ele disse que sim, que eles se sentiam poderosos, mas que no fundo odiavam e acabavam se tornando animais intragáveis, arrogantes e deprimidos (tudo ao mesmo tempo). E mostrou o que seria ideal: misturar os peixes beta com outros peixes menos violentos num mesmo aquário pra que eles ficassem domesticados. Perguntou se eu queria comprar um assim.
Lógico que sim, esse é o meu aquário - eu só pensei. Há realmente muito o que aprender com os peixes. Às vezes lojas de aquários contêm o sentido da vida. Especialmente pra mim, especialmente às vésperas dos meus trinta anos. Connecting the dots; tô pra ver o que mais essa crise vai me dar, adorando.

Um comentário:

Rita Loiola disse...

Huuuum... eu tô achando que essa crise dos 30 vai ultrapassar os 30... huuuummm (com a mão embaixo do queixo)...