sábado, 20 de junho de 2009

thousands of miles

I told you not to, but you insisted, and I climbed the stairs all the way up, over there, where there was the door, and I came out. Over the streets, in rainy and sunny days, across the Atlantic, and then back to you, in the west coast, and the waters of the Pacific were cold, yet the sun would help us getting warm. Took off my shirt at the beach and read you a part of my favorite book: "je me fais mal à l'ideé d'avoir de moins en moins de temps devant moi. Je ne peux directemment plus rêver des vies à moi, la mienne m'habite, je fais corps avec elle". Then back to our room, and the next day in the morning I crawled down the stairs, found myself a door and came out, and this time I could see when your car left. Me back to the streets, in cold and sunny days, accross the Atlantic, while you headed up east. As time passed by I was once more going North, up to Haiti, alone, always warm there, and used to pretend I was meeting you in the empty rooms during nightime, through the screens, inside the UN cars, next to the UN building, even when everyone was around. Or in São Paulo, not to say in Brasília, during the wintertime. And it comes now, time for Paris and Munich, so I throw myself straight forward to the door, and I come in, while you take a huge cup of coffee thousands of miles away, babe.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

and so, babe:

the build up lasted for days
lasted for weeks, lasted too long

our hero withdrew when there was two
he could not choose one so there was none
worn into the vaguely announced



...the spinning top made a sound like a train accross the valley
and it faded oh so quiet but constant 'til it passed
over the ridge into the distances written on a ticket
to remind you
where to stop
when to get off

terça-feira, 9 de junho de 2009

a ante-sala do sonho

Uma amiga casou e vai viajar, e escreveu sobre a ante-sala do sonho -o espaço de lugar e tempo que antecede sua partida, de ir pela primeira vez conhecer e morar fora do Brasil.
A ante-sala do sonho deve ser tudo aquilo que pisamos antes de entrar no sonho. Os momentos antes de eu dormir, quando ainda não estou mais lá e muito menos aqui, nesta cama. O que ainda não se desdobrou mais já não é mais semente. A ante-sala há de ser alguma coisa de além, alguma coisa que se movimenta devagar antes de chegar lá, se é que pra quem está nela de vez em quando parece um tempo que não se move, um minuto congelado entre dois mundos. Quando a gente é criança e vê a onda quase quebrando mas ainda não, e o tempo pára para esperar. A ante-sala do sonho.
A ante-sala do sonho precede o sonho. A ante-sala do sonho precede o que é desejado antes dos tempos, a ante-sala é talvez a expressão mais terna e verdadeira da esperança (e também da angústia) - o lugar onde deixamos de tocar o absoluto por um milímetro, e este milímetro fica cada segundo mais perto, e tão perto que a gente quase consegue tocá-lo mas. Quando deixamos a ante-sala, aí sim, aí ele fica longe, porque já não é sonho, e não é mais de outros tempos. A ante-sala do sonho é o próprio sonho, à sua maneira. Porque a ante-sala do sonho é a própria matéria do sonho, o sonho em semente e em si mesmo, integral em tempo e espaço, absoluto - porque a ante-sala não é nem tempo nem espaço, a ante-sala do sonho é onde nos fundimos no próprio sonho, antes e depois dele, nunca durante.
Nestes últimos tempos faz frio, e seca, e o tempo parece esticado. Minha ante-sala de um sonho que eu não conheço, que muda de forma e de cor de vez em quando, e às vezes é um sul-africano numa ilha distante, outras vezes é uma bicicleta em Paris ou um parque com topless em Munique, uma xícara de chá e quinze horas de sono no sábado. Por incapacidade ou sabedoria, ainda estou tentando entender, mas me sinto eu própria a ante-sala de um sonho meu que me é a um só tempo desconhecido, antes e depois dele, nunca durante. Digamos em outras palavras: eu, quase.