quinta-feira, 6 de março de 2008

falando sobre dissertação

A mim não importa muito saber exatamente quantos morreram em episódios de genocídio como o holocausto, a tomada de Srebrenica ou Ruanda. Eu acho que o mais importante não é conhecer se quem perpetrou os assassinatos foi uma elite burocrática movida por ideologias ou inércia, ou uma população inteira segurando machetes baratos com as mãos. Se os armênios seguiram caminhando caminhando caminhado até desaparecem da face da Terra, ou se os tutsis em situação de refúgio tiveram que ficar escondidos quando nos campos da ONU para que mesmo lá não fossem exterminados. Ou se as vítimas em Darfur são alvos de perseguição política, de disputas por recursos econômicos ou por motivos religiosos.

A mim importa a memória de que aconteceu de verdade, sobretudo. Enquanto há a lembrança ressignificada na atualidade dos tempos, há a consciência de que é possível haver o sofrimento estendido uma vez mais. Eu tenho horror ao esquecimento do genocídio, talvez mais ainda do que ao genocídio em si.

Um comentário:

Ju disse...

lendo seu texto veio muito forte a imagem da Mari, dos 13 aos 20 anos, falando rápido coisas mil de conhecimentos amplos que sempre me encantaram. te admiro muito amiga. MUITO.